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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

5 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A ATIVIDADE FÍSICA E O CÉREBRO

5 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A ATIVIDADE FÍSICA E O CÉREBRO






Cérebros inteligentes vão querer praticar

Dizer que a atividade física faz bem para a saúde mental já é quase um clichê. Ela combate desde alguns tipos de dores de cabeça relacionadas à tensão muscular até sintomas da depressão. 

Inúmeras são as conclusões de estudos evidenciando conquistas positivas associadas à prática da atividade física regular. 

Isso sem contar os benefícios já consagrados, como o controle da hipertensão arterial, o combate ao sedentarismo, a redução das taxas de gorduras e açúcares no sangue, fatores que sabidamente podem levar a doenças vasculares com graves consequências cerebrais. Se não houver contra indicações, a atividade física é, sem sombra de dúvida, um hábito fundamental para o desenvolvimento do cérebro e sua proteção. Confira a seguir cinco informações importantes, levantadas a partir de estudos e fontes de pesquisa confiáveis, sobre os efeitos da atividade física no cérebro. Será que ela é sempre benéfica?




1. Praticar exercícios físicos me deixa mais inteligente?

Sim. Em alguns estudos, descobriu-se que a prática de exercícios produz novos neurônios e aumenta a atividade cerebral. Portanto, sentar-se por horas e horas em uma cadeira, estudando, parece não ser a única receita para ficar “mais inteligente”: o exercício também pode ajudar. As atividades aeróbicas (correr, caminhar, andar de bicicleta, nadar) são eficientes no aumento do fluxo sanguíneo cerebral e na produção das substâncias químicas que regulam o sistema neurotransmissor. Os neurônios existentes se tornam capazes de fazer mais conexões e outros novos nascem (aquela história de que paramos de produzir células neurais na infância não é verdade).

Com a atividade física, novos neurônios surgem especialmente no hipocampo. Ao caminhar ou correr, não melhoramos apenas o funcionamento dos sistemas muscular, respiratório e cardíaco, mas também a cognição, especialmente a memória e a aprendizagem. Essa é a conclusão de pelo menos dois estudos, cujos títulos originais são Aerobic exercise improves hippocampal function and increases BDNF in the serum of young adult males e Exercise Induces Hippocampal BDNF through a PGC-1α/FNDC5 Pathway.





Os especialistas dizem ainda que aproximadamente trinta minutos de caminhada, três vezes por semana, já impacta positivamente na cognição logo no primeiro mês. O cérebro passa a funcionar melhor e fica mais preparado para armazenar informações. Estaria decretado assim o fim da hegemonia intelectual dos nerds, pelo menos aqueles que passam horas e horas sentados à mesa de estudos?

2. Apenas exercícios leves produzem benefícios para o cérebro?

Não. Qualquer tipo de exercício é potencialmente benéfico para o sistema nervoso. Sabe-se que sua prática faz você se sentir mentalmente mais alerta em qualquer idade, mas alguns estudos procuraram identificar se é necessário seguir algum programa de treinamento específico para melhorar a função cognitiva. Nessa linha, uma pesquisa canadense realizada na Universidade de Geriatria de Montreal (UGM), instituição afiliada à Universidade de Montreal, comparou os efeitos de diferentes métodos de treinamento sobre as funções cognitivas de pessoas com idades entre 62-84 anos. Dois grupos receberam um programa de treinamento de força e aeróbico de alta intensidade, enquanto que o terceiro grupo realizou tarefas que visavam atividades motoras brutas (coordenação, equilíbrio, jogos de bola, tarefa locomotiva e flexibilidade).

Enquanto a aeróbica e a musculação foram os únicos exercícios que levaram a melhorias do condicionamento físico geral após 10 semanas, os três grupos apresentaram melhora equivalente do desempenho cognitivo. A notícia é excelente para pessoas sedentárias já que o terceiro grupo realizou atividades que podem ser facilmente conduzidas em casa, sem a necessidade de ter que se matricular em uma academia.


Segundo o autor principal do estudo, o Dr. Nicolas Berryman, por muito tempo acreditou-se que somente o exercício aeróbico poderia melhorar funções executivas. Mais recentemente, a ciência tem mostrado que o treinamento de força também leva a resultados positivos. Isso sugere que atividades estruturadas que visam melhorar as habilidades motoras brutas também podem melhorar as funções cerebrais que declinam à medida em que envelhecemos. Os idosos têm então a oportunidade de melhorar a sua saúde física e cognitiva e novas estratégias para atingir esse objetivo podem agora ser utilizadas.

3. Como o exercício físico previne e trata a depressão?

Durante a prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, o cérebro é estimulado a produzir diversos neurotransmissores que podem interferir positivamente nas funções límbicas, ou emocionais, através da atuação do sistema nervoso simpático. O aumento central da serotonina, por exemplo, pode inibir a formação de memórias relacionadas ao medo e atenuar respostas a eventos ameaçadores relacionados aos sintomas da depressão. Alguns remédios antidepressivos, como aqueles que inibem a recaptação de serotonina nas sinapses, proporcionam justamente tal efeito ao aumentar as taxas desta substância no cérebro. Outro neurotransmissor também associado positivamente ao exercício físico é a dopamina, relacionada ao desempenho motor, à motivação locomotora e à modulação emocional.

4. A atividade física diminui a dor?

Em alguns casos, sim. Obviamente que problemas ósseos, articulares e/ou musculares específicos eventualmente requerem repouso e nos impedem de praticar atividades físicas regulares. Entretanto, alguns casos de dor crônica, de dores tensionais relacionadas ao estresse e de transtornos relacionados à percepção dolorosa podem sim ser beneficiados com tais práticas. Pode ser possível literalmente nesses casos exercitarmos a felicidade.



Um fator importante a ser considerado aqui é o estímulo à produção de endorfinas. Quando nos exercitamos, o nosso organismo libera essas substâncias, capazes de interagir com receptores cerebrais e reduzir a percepção dolorosa. De maneira geral, as endorfinas atuam como analgésicos endógenos e também têm propriedades sedativas, sendo produzidas no cérebro, medula e muitas outras partes do organismo. Outros benefícios proporcionados por essa elevação central de endorfinas são o alívio do estresse, o desenvolvimento da autoestima e melhorias na qualidade do sono.

O processo de liberação de endorfinas ocorre aproximadamente 30 minutos após o início da atividade física. De maneira similar à morfina, elas proporcionam uma sensação de bem-estar, por vezes referida como euforia. Pessoas que praticam atividade física com regularidade costumam apresentar, segundo diversas pesquisas, uma visão mais otimista em relação à vida.
  
5. A prática de exercícios pode trazer alguma desvantagem para o cérebro?

Sim. Toda regra tem sua exceção. Alguns tipos de dores de cabeça – cefaleias – podem ser agravados com a prática de exercícios físicos. Quem já teve alguma crise de enxaqueca sabe do que estamos falando. A dor é intensificada, o que leva a pessoa a preferir ambientes mais escuros e silenciosos.



Outro exemplo de possíveis danos ao cérebro advindos da prática de determinados exercícios físicos foi publicado recentemente por alguns portais tradicionais de notícias. The Telegraph, por exemplo, alerta para o surgimento de uma ‘epidemia silenciosa de demência’ causada pelos microtraumas cerebrais ao longo de anos de esporte de contato praticados por esportistas profissionais, em especial os pugilistas e os jogadores de futebol americano e rúgbi, alvos mais frequentes dos estudos. Mesmo traumas leves cranianos podem aumentar o risco para alguns tipos de demências, especialmente a Encefalopatia Traumática Crônica (ETC).

Portanto, não há dúvidas de que os benefícios cognitivos e afetivos relacionados à prática regular de atividades físicas superam em muito os riscos e as desvantagens. Resta ao praticante buscar uma orientação médica prévia e, se possível, ser acompanhado regularmente por um educador físico.



Autor: Leonardo Faria

Referências: goo.gl/MF8Acq, goo.gl/qT7yFO, goo.gl/SnDckm, goo.gl/UNe0YO, goo.gl/otqJUJ, goo.gl/guLXE3, goo.gl/IJKDFO e goo.gl/wBbwgw.

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